5 erros que você pode estar cometendo ao criar uma paleta de cores

Um guia simples para que você identifique equívocos e não cometa erros ao escolher as cores para o seu projeto

5 erros na criação de uma paleta

As cores que compôem uma paleta não podem ser escolhidas aleatóriamente e muitas vezes, mesmo que usarmos IAs, ou apps para a sua composição, uma paleta de cores ainda requer um bom estudo.

Eae? Tudo bele?

Começarei este artigo te fazendo uma pergunta: você já criou uma paleta de cores? Se sim. Foi fácil para você?

Se a resposta de novo foi sim, ou você é muito evoluído neste quesito, e eu tenho que sinceramente te parabenizar, ou você pertence a aquele grupo dos precipitados que não pararam para pensar se a decisão foi boa para todos.

E quem seriam “Todos”? Você, seu cliente e principalmente o usuário final.

Porque definir cores para um projeto é algo simples. Porém pelo fato de ser simples não significa que seja uma das tarefas das mais fáceis, sakou? Há algumas variáveis a serem percebidas e quando você não está atento a isso o que você comete são erros.

E para evitar que você cometa certos erros hoje irei falar sobre  5 erros que você pode estar cometendo ao criar uma paleta de cores, mesmo que sem perceber.

E antes de prosseguir com o artigo, eu quero aproveitar a oportunidade, já que estamos falando sobre cores, para te avisar que estamos com inscrições abertas para o nosso curso de Fundamentos do Design Visual. O curso Fundamentos do Design Visual é focado nos fundamentos, conceitos e princípios do Design Visual.

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Preparado? Então sem mais delongas vamos ao primeiro erro.

#Erro 1 – Modismo

Cores

Algo que está na moda naturalmente influencia e se espalha por diferentes segmentos. Isso pode acontecer também em relação às cores.

É comum que para nos inspirarmos a gente visite galerias online de produtos ou websites. Isso pode nos ajudar em nossa escolha, porém corremos o risco de, encantados com novidades ou influenciados por determinado conteúdo, utilizarmos de modismos em nossos projetos mesmo que contrarie os objetivos de comunicação.

Nos primórdios da Web 2.0 eram comuns o uso de elementos de interface com gradientes, efeitos de reflexo, drop shadow e cores com transparência. Não que isso não fosse viável em alguns projetos, entretanto sabe em que isso resultou bastante? Resultou em layouts super parecidos, que muitas vezes nem precisavam destes efeitos todos.

Caso você esteja lendo em outra época, eu estou publicando este artigo no ano de 2017. E segundo a Pantone, que é fornecedora profissional de padrões de cores para a indústria do design, artes gráficas e moda, a cor deste ano será o Greenery. Essa cor é uma mistura de um verde musgo com amarelo.

E sabe o que podemos considerar com esta informação? Praticamente nada! Podemos defini-la, essa cor, como uma simples tendência e não uma regra absoluta que deve estar presente em nossos layouts. Afinal se nos preocuparmos em usar uma cor apenas porque está na moda, consequentemente podemos resultar em três possíveis problemas:

  • Defrontaremos com layouts bastante parecidos;
  • Uma hora o outro o projeto aparentará defasado porque moda dura pouco (apesar de muitas vezes ser cíclica);
  • Corremos o risco de construir algo que não está de acordo com os objetivos de comunicação. Como, por exemplo, um site que necessita de cores quentes, porém usamos cores frias só porque vimos tais padrões com maior frequência em galerias, belos sites de renomados de Designers ou agências que usaram essas cores.

Lembre-se que muitas vezes tais tendências são  impostas para nós, por  questões estritamente empresariais e financeiras.  Tome cuidado com as tendências e modismos. Conhece-as , saiba do que se trata, mas use a cabeça Galucho e pense por si mesmo.

#Erro 2 – Escolher cores pensando no gosto pessoal

Cores e o gosto pessoal

Esse é um a equívoco que pode surgir basicamente de duas formas: através do gosto pessoal do Designer ou do gosto pessoal do cliente.

Vamos primeiro, o gosto pessoal do Designer:

Se você é um Designer experiente provavelmente não toma suas decisões baseadas meramente em opiniões pessoais, afinal você sabe que o projeto não é feito para você e sim para trazer resultados para o seu cliente e uma boa experiência para o usuário que usará a peça, correto?

Porém, quando somos novos na área, ao tentar fazer o melhor, usamos muito de nossa percepção do que é belo e partimos exclusivamente para nosso gosto pessoal. Tudo isso acontece porque ainda não conhecemos técnicas, conceitos e critérios para desenvolver um design centrado no usuário.

Então se você encontra-se neste estágio, procure, da melhor forma possível, pesquisar o público alvo do projeto e defina quais cores podem impactá-lo.

Agindo assim a sua paleta estará mais de acordo com o objetivo a ser atendido. É claro que o seu estilo, opinião e feeling devem ser levados em conta, entretanto você não deve esquecer que a estrela para qual você criando aquele céu lindo e maravilhoso, não é você e sim o usuário final.

Mas e quando é o cliente  que quer impor o gosto pessoal dele?

Seu cliente tende a conhecer bem o ramo em que ele atua, os concorrentes, inclusive as cores usadas por todos. É bem possível que certas cores impactam positivamente o público deste segmento e neste caso você deve ouvi-lo.

Pode  até ser que a empresa dele tenha uma identidade visual e/ou padrões já definidos. Não ignore o seu cliente. Tudo que você tem que averiguar é que se o que ele diz em termos de cores vai realmente contribuir para o bem do projeto.

Entretanto se você perceber que tudo não passa de um gosto pessoal em que a paleta poderá ser nociva a geração de resultados, o que você deve fazer é estar preparado com argumentos que possam orientá-lo e que façam ele mesmo perceber que sua orientação é o melhor caminho. E como ter argumentos?

Estude, estude e estude. Foque seus estudos em conceitos de Design. E no que se refere ao projeto, estudo o público alvo do seu cliente. Com isso você terá argumentos para orientá-lo da melhor maneira.

#Erro 3 – Reduzir as cores a um só significado

significado das cores

Na internet encontramos dezenas de artigos que listam significados para cores como se fossem algo definitivo. Isso não é de todo mal, porque de certa forma dá um norte quando você tem objetivos mais simples à cumprir.

Posso falar com convicção que nem sempre definir uma paleta de cores é algo simples, e que com supostos significados você já atinge resultados. Você precisará de muita pesquisa para isso.

Afirmações como vermelho é a cor do amor, verde é a cor da esperança, entre outras, reduzem as cores a um só significado e diminui nossa competência comunicativa diante delas.

Imagine a preocupação de não usar um vermelho em uma interface porque ela transmite amor e não exatamente a mensagem que você quer passar. Besteira! Se for atingir os objetivos de comunicação use-a.

Lembre-se sempre disso: Para cada pessoa, em determinada ocasião, num determinado objeto, o significado das cores pode ser diferente.

Um exemplo clássico disso é o branco que aqui no ocidente representa paz, enquanto no oriente representa luto ou a cor verde que na Indonésia é uma cor proibida, enquanto nos Emirados Árabes é uma cor sagrada.

Além de fatores culturais devemos levar em conta as outras cores que compõem o layout que podem pontecilizar ou até mesmo modificar significados de uma cor e também aspectos físicos dos usuários. Com certeza uma senhora de 80 anos enxerga a cor laranja de um jeito diferente que uma criança de 10 anos, né?

Até  mesmo cor vermelha que uma hora representa o Amor em outro momento associa a ideia da Guerra (era a cor de Marte, Deus da Guerra Romano ) sangue e violência.

Portanto, quando você for escolher uma paleta de cores, além de um briefing bem detalhado, leve em conta o contexto cultural, o contexto da informação a ser transmitida e as experiências de vida do usuário que terá contato com essas cores. Assim você evita a redução dos significados das cores, pois como sugere Luciano Guimarães, Doutor em Comunicação e Semiótica, em seu Livro “As cores na mídia”, o uso da cor deve estar a favor da formação do indivíduo consumidor.

#Erro 4 – As cores escolhida não tem funcionalidade

Está aí um problema relacionado com os erros anteriores.

Uma cor escolhida ao acaso, como, por modismo, gosto pessoal, ou que não transmita uma informação não tem função.

Mas como atribuir funcionalidade a uma cor?

Um dos objetivos principais da cor é transmitir informação. E isso pode ser obtido tanto a semântica, que se refere às ações de simbolizar e dar significados, quanto a sintaxe, que se refere a hierarquização, organização, classificação e destaque das informações.

Você pode saber mais sobre as relações de sintaxe e semântica no meu artigo: Guia sobre Cores – Escolhendo uma paleta de cores perfeita.

Quando você escolhe uma cor que não passa nenhuma função ela pode se tornar um ruído em uma peça. Este ruído só prejudica a mensagem a ser transmitida. Ao invés disso você pode usar de bons exemplos para que a cor possa fortalecer a recepção da mensagem para o usuário.

Vamos pegar por exemplo a função de destacar um elemento em interface web através da cor.

Você já deve ter notado em algumas páginas de internet que fazem algum tipo de solicitação de dados, como uma página de cadastro, que o botão de submissão é bem chamativo.

funcionalidade das cores

Geralmente a cor destacada no botão contrasta com as cores utilizadas em toda a página. Isso é propositalmente estratégico para que se incentive o cadastro e o clique no botão do envio. Não faria sentido usar a cor predominante na interface em um botão de ação. Somente se algum teste A/B comprovasse o contrário, mas isso é assunto para outro momento.

Entendeu a lógica, Galucho?

#Erro 5 – Não pensar no usuário final

Esta é a causa mestra de você pecar ao criar uma paleta de cores de forma equivocada. Ela é a raiz de todos os erros citados neste artigo.

Se você está definindo uma paleta de cores e por algum instante cometeu somente um dos erros citados é porque você não está pensando no usuário final.

Cor é um elemento de destaque para a grande maioria dos usuários, está em diferentes mídias e em peças e não podemos considerá-lo como um elemento somente decorativo, pois ela tem grande poder de causar reações nas pessoas. Lógico que outros elementos e formas também, mas não podemos ignorar a forma como ela desperta sensações. Fazer isso é ignorar o usuário final e diminuir o valor de comunicação de sua peça.

Você já percebeu como cartazes de cinemas criam uma atmosfera de antecipação dos filmes e deixam-nos ansiosos e experimentando na imaginação o prazer que está por vir. Pode ter certeza que as cores têm sua parcela de culpa nisso. Porque quando é bem feito é pensando no usuário final.

Conclusão

Escolher paleta de cores ideal dá trabalho, mas não é nada extrema dificuldade ou algo impossível de se conseguir. É preciso que você esteja preparado com conhecimentos prévios sobre o assunto para que faça as escolhas certas para o projeto. Por sorte ( e porque gostamos de você :D) aqui no Chief of Design tem alguns bons guias sobre cores para que você se sinta antenado e amparado para tomar suas decisões referentes a esse assunto.

E por fim…O que quero que você leve como aprendizado após ler este artigo é: foque suas energias no usuário final e deixe que os seus conhecimentos  lhe auxiliem na criação de um layout bonito e eficaz.

Boas escolhas para você!

E o que você me diz sobre o assunto? Você já cometeu algum outro erro na hora de definir a paletas de cores?

Forte abraço.

Até mais.

David Arty

Olá. Sou David Arty, fundador do blog Chief of Design.
Sou natural de São Paulo, Brasil. Trabalho com design, principalmente com design para web, desde 2009. Procuro transformar ideias loucas e complexas em peças simples, atrativas e funcionais.